Em meados de 1920 Freud esteve em contato com as mais diversas
experiências em torno das pulsões de vida e de morte. Estas que transitam
livremente pelo inconsciente, sendo o objetivo principal:
aliviar as tensões segundo o princípio do
prazer. (FREUD,1976).
O princípio do prazer é a forma que a mente atua em evitar o desprazer e
a dor. Onde necessitamos ter cautela, para não cair em uma armadilha, pois nunca
estaremos livres dessas duas vertentes...
Sendo assim, boa parte da população nega a realidade dos fatos, entrando em
um processo de fuga, ocorrendo assim, a repressão das emoções.
Quando se entra em processo de fuga, torna-se necessário “apegar-se” em
algo ou “alguém”, e na maioria das vezes, tornando superficial a forma de
encarar a vida e as pessoas.
Poderemos compreender que essa camada de superficialidade, muito se deve
ao conceito de inverdades que o processo de fuga causa. E assim, acabamos por
nos esconder do que faz mal, não enfrentando as situações.
Esses danos podem ir desde o uso excessivo de álcool, tabaco, drogas
ilícitas e antidepressivos. Ou mesmo a perda de valores e responsabilidades que
anteriormente eram presentes na rotina, como: o trabalho, convívio com a família
e amigos. Também consta nessa camada, os chamados relacionamentos “vazios” na
área afetiva por não saciar a “fome” de si mesmo, de encarar e resolver os
próprios conflitos.
Nessa fase atual, é comum relacionar-se com várias pessoas ao mesmo
tempo, o que inconscientemente nos deparamos mais uma vez com esse “vazio”
interno. E por mais parceiros que se tenha, não é possível encontrar no outro a
resposta que só existe internamente. Mesmo por que, em tal condição, é
improvável criar laços fortes e sincero. Apenas causando mais feridas e
sofrimentos.
Em casos abusivos, poderemos encontrar pessoas que fazem o uso de boa
parte das “drogas” citadas, acompanhados dos relacionamentos superficiais,
conseqüentemente, perdendo o senso de realidade. Inclusive chegando ao óbito ou
desenvolvendo transtornos psicológicos graves, tão repercutidos em nossa
sociedade atual.
A melhor forma de evitar esse
quadro não é reprimindo conteúdos, mas sim encarando as situações de frente,
encontrando uma maneira mais sadia de extravasá-las. A união de algumas
especialidades como a psicoterapia, exercícios físicos, acompanhamento nutricional,
acumpuntura e práticas como a yoga e meditação, auxiliam na criação de novos
hábitos e maior qualidade de vida.
O essencial, é que nos momentos
difíceis possamos ter o equilíbrio emocional, nos resguardando para aquele momento
de dor e sofrimento (Inevitáveis). E quando tudo estiver sendo processado e
digerido, haverá a possibilidade de recomeçar. Canalizando todo o processo de
dor como forma de experiência e desenvolvimento da maturidade, onde servirá
como uma ponte para os momentos de bem estar, verdadeiros e sem a necessidade
da fuga.
BIBLIOGRAFIA
FREUD, S. (1933 1932). Novas Conferências Introdutórias Sobre a Psicanálise.Imago, Ed. Standard Brasileira, RJ, 1976, vol. XXII.